Movimento & Imagem

Manifesto Efêmero #02

Algo se insinua daqui para acolá, num instante, outra coisa qualquer se modifica, outro instante, não o momento entre dois pontos, mas sim em sua duração de componentes infinitos, lampeja o movimento. os movimentos e as corpas e corpos que os movimentam. Na imagem, se apresentam fugazes em rastros, bits, pix, urros e bips. Ritmam a fotografia com diversas eróticas, pulsões de vida e de morte, micro-gestos, macro-movimentos, climáticos, sociais, glocais, maquínicos, low-fi, slow-fashion, timelapses, pós, pós, diaspóricos, sem-terra, neo-rurais, não-binários, decoloniais, contracoloniais, urgências políticas, futuros ancestrais. Um passo adiante e já nem fomos os mesmos. O visível tem suas velocidades e movências. Desafia perceber suas sutilezas, imaginá-las.
A luz não se detém, a luz não se deixa capturar, é da peleja e do delírio coletivo lhe emprestar sentidos provisórios. O Efêmero Festival Experimental de Fotografia nos convida ao movimento rápido dos olhos, aquele entre o sonho, a luminosidade e a janela, para assim povoarmos a cidade com quantos movimentos percebermos em nossas imagens. Em sua segunda edição, o evento acontece em Fortaleza, Ceará, Nordeste e é um encontro brasileiro de fotos nas ruas. Atento às interseções dessa prática artística com outras linguagens, o Efêmero se encontra na diversidade de experiências entre processos fotográficos tradicionais e contemporâneos.

Sobre

Mobilizado por quatro marcadores, rua, experiência, diversidade, memória, o Efêmero Festival Experimental de Fotografia é realizado em Fortaleza-Ceará pelo o Ifoto – Instituto da Fotografia. “Movimento e Imagem” tematiza sua 2ª edição que acontece de 26 de setembro a 1º de outubro de 2023 com apoio da Secultfor. Com ênfase na região Nordeste, o Efêmero traz fotografias de todo o Brasil para as ruas cearenses por meio de exposições a céu aberto, intervenções urbanas com lambe-lambe, projeções nos muros da cidade, e mostras que friccionam o limiar da fotografia com o cinema e literatura. É um festival voltado para vivências com processos artesanais, métodos históricos e contemporâneos de fotografia e impressão, assim como formações concentradas nas experiências de vida de fotógrafes e artistas em suas diversidades raciais, sociais e de gênero.

Atento aos fluxos urbanos, o Efêmero intervem em estações de metrô e arredores. Sua programação se espalha pela cidade abrangendo os equipamentos CUCA Mondubim, Porto Iracema das Artes, KUYA – Centro de Design do Ceará, MIS – Museu da Imagem e do Som do Ceará, além de duas linhas de metrô e das vias digitais. Ao entardecer o festival convida o público a ocupar a praça do MIS, exibindo duas mostras, sendo uma voltada para fotofilmes e filmes-carta, e a outra voltada para os vídeos de fotolivros. Na programação noturna “Acender das Luzes” realiza projeções de ensaios, gifs, e videoloops, iluminando as fachadas e muros com imagens em escala urbana. Todas as ações do festival foram concebidas de modo a oferecer um a vivência nos diversos espaços da cidade, investigando as múltiplas possibilidades que há entre a fotografia, uma arte visual, e outras linguagens como cinema, performance e poesia. Reunindo dezenas de artistas o encontro reafirma que quando a trajetória de vida, a experiência, se impõe aos modos de fazer, temos um trabalho experimental.

A 1ª ed. ocorreu em 2021 e contou com 66 artistas, e foi honrada com a fala inaugural de Eustáquio Neves – que também atuou como curador da exposição Mnemomáquina. Tudo pode ser conferido na versão digital do catálogo.

Instagram | @efemero.festival

Youtube | https://www.youtube.com/@efemerofestivalexperimental

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